terça-feira, 31 de maio de 2011

O Império Persa

Profª Estela

Em 549 a. C., 40 anos antes da proclamação da República Romana, um novo império foi fundado pelos persas arquemênidas, um povo de cavaleiros, parcialmente nômade. Os persas se dividiam em tribos de agricultores e criadores. Seu império foi fundado por Ciro II, o Grande, quando os persas, ocupantes do sul do planalto iraniano, e os medos, do norte do planalto, se uniram com o objetivo de conquistar os territórios gregos da Ásia Menor (atual Turquia). Ciro foi um governante justo e generoso. Os povos dominados por ele não eram escravizados, podiam seguir suas próprias línguas e religiões e manter seus costumes, mas eram obrigados a pagar tributos ao Império Persa. O governo de Ciro durou até 529 a. C., quando Cambises, seu filho, o sucedeu no trono.
        Cambises teve um reinado curto, de 529 a 523 a. C., cuja maior façanha foi a tomada do Egito, na Batalha de Pelusa, em 525 a. C. Morreu ao regressar à Pérsia, sendo sucedido por Dario I, que governou de 522 a 486 a. C.
Com um vasto território, o Império Persa foi um dos mais poderosos do mundo antigo, tendo alcançado o auge durante o reinado de Dario I, cujas principais realizações foram: a pacificação interna do império, com a divisão do território em cerca de 20 províncias, denominadas satrapias e governadas por sátrapas; a construção de grandes estradas reais; a melhoria do sistema de correios, que eram inspecionados por funcionários do rei, chamados de “olhos e ouvidos do soberano”; a criação da primeira moeda, o darico (ou dárico).




                            Extensão territorial do Império Persa durante o reinado de Dario I.
                                                 (Clicar na imagem para ver em tamanho ampliado)


Os principais fatores de integração do Império Persa eram: o aramaico como língua oficial, empregado juntamente com as diversas línguas regionais; o exército, formado por soldados locais, recrutados entre persas e medos, além de 15 mil soldados de elite, que compunham a guarda real; a utilização das estradas para fins comerciais, administrativos e estratégicos entre as diversas regiões; a utilização do darico como moeda de troca em todo o império; a religião masdeísta, fundada pelo profeta Zoroastro, que viveu por volta do século VI a. C., tendo nascido na região do atual planalto iraniano, na Ásia Central. Monoteísta e baseado no dualismo entre o Bem e o Mal, o zoroastrismo, como também pode ser chamado, era fonte de força moral para os guerreiros persas, tendo, segundo os estudiosos, influenciado as três principais religiões mundiais: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Ainda durante o governo de Dario I, houve a rebelião das colônias gregas na Ásia Menor. Lideradas pela cidade de Mileto, essas colônias se insurgiram contra a cobrança dos impostos. A rebelião foi sufocada em 492 a. C. pelo general Mardônio, genro de Dario I, que destruiu a cidade, matando os homens e escravizando as mulheres e as crianças. Mardônio seguiu com seu exército para a conquista da Grécia, mas foi derrotado em território europeu, nas batalhas de Maratona (490 a. C.) e Plateia (479 a. C.), sendo morto nesta última.
Diógenes de Laércio, que compilou, no século III, a vida e a obra de filósofos gregos ilustres, conta que o rei Dario desejou conhecer o filósofo Herácleitos, que gozava de fama de sábio. Para tanto, o rei escreveu uma carta ao filósofo, convidando-o a visitá-lo e esclarecer alguns pontos da sua doutrina, considerada excessivamente erudita e, por isso, incompreensível para os não iniciados. Consta que Herácleitos declinou do convite, com a seguinte carta:
         "Herácleitos de Éfesos ao rei Dario filho de Histaspes, saudações. Todos os homens sobre a terra permanecem longe da verdade e da justiça, e por causa de sua miserável loucura devotam-se sofregamente à satisfação de suas ambições e sede de popularidade. Eu, que esqueci de toda a maldade e evito a insolente saciedade de todas as aspirações, intimamente associada à inveja, e desdenho a ostentação, não posso ir à terra dos persas, contente com pouco e obediente à minha razão" (in LAÊRTIOS, 2008, p. 254).
       Dario foi sucedido no trono por seu filho Xerxes, que reinou de 485 a 465 a. C. Xerxes empreendeu a última grande campanha militar contra os gregos, mas foi derrotado na batalha naval de Salamina, em 480 a. C. As derrotas impostas pelos gregos, a insatisfação dos povos dominados, a crise nas colônias gregas da Ásia Menor, além de disputas internas pelo poder, enfraqueceram o Império Persa. Xerxes, filho de Dario, foi sucedido por mais sete reis, sendo o último deles o imperador Dario III. Em 330 a. C., um século e meio após a morte de Dario I, o rei macedônio Alexandre, o Grande, derrotou Dario III na batalha de Issus. Era a queda do Império Persa.

BIBLIOGRAFIA:

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Trad. do grego, introd. e notas de Mário da Gama. 2. ed, reimpressão. Brasília: Editora UnB, 2008.

PETIT, Paul. História antiga. São Paulo: DIFEL, sem data.

ZENUN, Katsue Hamada e; MARKUNAS, Mônica.  História: Ensino Fundamental, 6a. Série/7º ano. 1a. Reimpressão. Brasília: CIB – Cisbrasil, 2006. (Coleção RSE, FH6A) [Rede Salesiana de Escolas]

Fontes Internet:




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